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Teletrabalho e burnout: de mãos dadas

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O teletrabalho é, para muitos, uma realidade cada vez mais evidente numa altura em que ninguém nos pode prometer que não voltaremos a enfrentar um novo confinamento.

O teletrabalho em tempos de pandemia
O teletrabalho em tempos de pandemia


Em tempos de pandemia

À medida que o coronavírus se foi espalhando pelo mundo, as empresas foram obrigadas a adotar um modelo de trabalho, sem qualquer tipo de preparação. Na verdade, ninguém estava preparado para uma mudança tão radical no dia-a-dia e muito menos por tanto tempo. O medo, a incerteza e a resistência à mudança têm efeito no bem-estar e na saúde mental de todos.

Trabalhar a partir de casa dificulta-nos a separação entre vida profissional e vida pessoal. Ligamos o computador mais cedo e desligamos mais tarde, o horário de trabalho estende-se pela noite dentro e os dias são todos iguais, ao ponto de já não distinguirmos os dias de semana dos fins de semana. Quando damos por nós, estamos sempre ligados: respondemos a e-mails independentemente da hora e o tempo de descanso é constantemente invadido. Todas estas ações levam-nos à exaustão.

Burnout
Burnout


Burnout 

O burnout pode ser definido como um estado físico e mental de profunda fadiga, uma resposta complexa do corpo ao stress profissional prolongado. A síndrome de burnout é diferente de uma depressão: os sintomas diferem, mas isso não significa que não coexistam.

Prazos desmedidos e excesso de trabalho têm levado ao esgotamento de profissionais das mais diferentes áreas. Segundo a Associação de Psicologia da Saúde Ocupacional, em 2016, 17,3% dos trabalhadores portugueses estavam em burnout. Se antes de 2020, o stress laboral já afetava psicologicamente uma parte da população portuguesa, perante uma pandemia marcada pela incerteza e pelas restrições sociais, a situação é ainda mais grave. A questão é que nem todos estão alerta para a problemática.

A saúde mental sempre foi o parente pobre da medicina. É uma especialidade onde existe pouco investimento, resultando na escassez de profissionais no setor público. Em muitas empresas, as patologias psicológicas e psiquiátricas são consideradas tabu e até vistas como um sinal de fraqueza, o que leva a que se fale pouco do assunto.

Sintomas de Burnout
Sintomas de Burnout


Sintomas de Burnout

  • Cansaço constante; 
  • Dores musculares e de cabeça;
  • Insónias; 
  • Desmotivação;
  • Alteração de humor;
  • Dificuldade de concentração;
  • Baixa produtividade.

Como prevenir o burnout
Como prevenir o burnout


Prevenir o Burnout

O burnout é uma realidade, mas há medidas que podemos tomar para minimizar os riscos de chegarmos a uma situação extrema:

  • Descobrir o horário que melhor funciona connosco e deixar as tarefas mais exigentes e  que exigem mais concentração para esse período;
  • Criar rotinas e encontrar um ambiente confortável para trabalhar - ter um espaço para trabalhar ajuda a separar a vida pessoal e profissional ;
  • Não saltar refeições apenas porque está a trabalhar de casa;
  • É importante manter rotinas e repor a energia - criar limites - não é por estar em teletrabalho que tem de responder a e-mails e chamadas fora de horas;
  • Agendar um tempo para praticar de exercício, meditar ou fazer um passeio a pé;
  • Não esquecer de fazer pausas diárias para respirar e para reformular ideias e objetivos.

Medidas a tomar por parte das Empresas
Medidas a tomar por parte das Empresas


Medidas a tomar por parte das Empresas

Independentemente dos motivos - falta de gestão de tempo ou excesso de trabalho -, há cada vez mais pessoas a sofrer de burnout o que influencia a cultura da empresa, os níveis de produtividade e os custos com a abstenção. 

Um estudo de 2016, coordenado pela OMS, concluiu que por cada um dólar investido em saúde mental, 4 dólares retornam em produtividade, satisfação e felicidade no trabalho. 

Medidas a tomar pelas empresas: 

  • Estabelecer canais de comunicação;
  • Definir horários - idealmente o horário comercial da empresa;
  • Definir metas e prazos, para evitar cobranças excessivas;
  • Manter uma comunicação assertiva e transparente;
  • Permitir a flexibilidade horária.

O mundo mudou e o regime de teletrabalho, adotado no início da pandemia, pode representar um risco a longo prazo. As empresas devem ficar atentas a novos modelos de trabalho que permitam o equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional, promovendo a produtividade e o bem-estar.


Fontes
OMS
MSDmanuals


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