Prevenção e tratamento
Deixe as unhas em paz
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Não consegue parar de roer as suas unhas? O seu filho ou filha não conseguem controlar o vício de andar constantemente a mordiscar as unhas e peles em redor? Então leia este artigo e fique a saber mais sobre este vício que aparece tanto em crianças como em adultos e que pode causar alguns problemas de saúde.
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O que é onicofagia? Quais as causas?
Chama-se onicofagia ao ato compulsivo de roer ou comer as próprias unhas. É um vício e pode aparecer em qualquer idade, em homens ou mulheres.
Trata-se de um transtorno de comportamento repetitivo, compulsivo e irracional de morder ou roer as unhas das mãos ou pés, especialmente durante períodos de ansiedade, aborrecimento, stress e fome, podendo ser sinal de transtornos mentais ou emocionais, dependendo da frequência e compulsão.
O gesto é automático e muitas vezes inconsciente, principalmente quando a pessoa está envolvida em tarefas de maior concentração, podendo também surgir por imitação dos comportamentos dos adultos por parte das crianças.
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Quando surge?
Aparece frequentemente em crianças a partir dos 3 anos, podendo prolongar-se durante a infância, adolescência e permanecer na idade adulta.
Este transtorno é bastante comum, afetando entre 20 a 30% da população em geral
Estima-se que 28% a 33% das crianças entre os 7 e 10 anos e 44% dos adolescentes sejam onicófagos (roedores de unhas). A partir dos 18 anos, observa-se uma diminuição da prevalência da onicofagia.
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Consequências da onicofagia
As consequências não são apenas estéticas. A onicofagia pode destruir a unha e provocar sérias infeções, especialmente quando as cutículas e pele em redor da unha não são poupadas. As lesões cutâneas originadas pelo ato de roer as unhas e peles são uma porta de entradas para bactérias, vírus e fungos dando origem a paroníquias (infeções bacterianas) e micoses e outras infeções (por exemplo o panarício herpético transmitido a partir de lesões orais de herpes) que podem ser difíceis de tratar.
Também podem aparecer problemas ao nível da cavidade oral (gengivites), lesões no estômago e intestinos (devido aos pequenos pedaços que são engolidos), deformações nos dedos, infeções na boca e deformações dentárias por desgaste do esmalte dos dentes.
Estes danos na pele e unhas, pode levar à ansiedade e diminuição da autoestima devido ao constrangimento pela aparência das mãos, estando instalado, pois, um ciclo vicioso que perpetua o problema.
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O que fazer?
Primeiro, há que tentar perceber porque razão a pessoa rói as unhas e em que circunstâncias isso acontece. Algum problema que seja causador de ansiedade? Stress? Imitação do gesto?
Algumas situações (em função da frequência e compulsão do ato) podem justificar a procura de um médico e o recurso a terapias de comportamento.
No caso das crianças, é importante não castigar o ato de roer as unhas para não causar problemas de autoestima. É preferível arranjar uma distração para a criança quando isso acontece como atividades que ocupem as mãos ou boca.
Existem no mercado, vernizes e géis de sabor amargo que podem ajudar a controlar o impulso de roer as unhas. Também se pode recorrer ao uso de pensos coloridos nos dedos e, no caso dos adultos, unhas de acrílico ou unhas de gel.
É importante manter as unhas limpas, curtas e arranjadas e devem utilizar-se cremes hidratantes que suavizem as cutículas.
Nas situações mais graves, em que exista doença psiquiátrica na etiologia da onicofagia, podem ser prescritos pelo médico, medicamentos como os antidepressivos ou anti-psicóticos. A vitamina B parece também ajudar em alguns casos, por aumentar os níveis da serotonina a nível cerebral.
A terapia comportamental também pode ser uma opção que pode ou não ser complementada com terapêutica farmacológica.
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Concluindo…
A gestão do vício de roer as unhas passa por diminuir o stress, providenciar suporte a nível emocional e ajudar na motivação para os onicófagos abandonarem este hábito. Motivação é a palavra chave. Aconselhe-se com o seu farmacêutico.
Fontes
iSaúde
Revista Farmácia Distribuição
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