Sistema endócrino
Diabetes - Quando o nosso organismo não sabe o que fazer ao açúcar
Simplisticamente, podemos dizer que esta é uma doença causada pelo facto das células não conseguirem absorver o açúcar (a glucose) do sangue para o utilizarem como energia, necessária para o desenvolvimento das funções normais de qualquer organismo vivo. Por essa razão, o corpo humano fica em risco de não conseguir realizar as suas funções normais.
É como uma chave que não abre a fechadura, ou seja, o açúcar existe mas não entra nas células para lhes dar alimento.
Quantos tipos de diabetes existem?
Existem, genericamente, dois grandes tipos de diabetes.
A diabetes tipo I é denominada insulinodependente, já que as pessoas que a possuem não produzem suficiente quantidade, ou nenhuma, de uma hormona denominada insulina, que é, em circunstâncias normais, “produzida” pelo pâncreas. Assim, para sobreviverem, têm de a obter artificialmente por via exógena (externa). É frequente afetar as pessoas mais jovens, manifestando-se logo desde a infância.
A diabetes tipo II, ou não insulinodependente, já que o pâncreas continua, ainda assim, a segregar alguma insulina, aparece, geralmente, mais tardiamente, afetando principalmente os idosos. No entanto, é cada vez mais frequente existirem indivíduos na “casa” dos 40 anos, com excesso de peso ou mesmo obesos, a padecerem desta doença.
Mas porque é que a diabetes tipo II afeta pessoas cada vez mais novas?
As razões para tal facto prendem-se essencialmente com a alimentação moderna, “recheada” de produtos industrializados cheios de açúcar e “fast food” (não só hambúrgueres, pizzas e sandes recheadas de molhos, mas também alimentos comprados já feitos).
Quais os principais sinais e sintomas?
A tríade clássica dos sintomas da diabetes é:
- Poliúria (aumento do volume urinário);
- Polidipsia (sede aumentada e aumento de ingestão de líquidos);
- Polifagia (apetite aumentado).
Outros sintomas importantes incluem:
- Perda de peso;
- Visão turva;
- Cheiro característico na urina (a diabetes toma o nome de Mellitus, devido ao cheiro a mel, característico, da urina).
Estes sintomas podem desenvolver-se bastante rapidamente no tipo 1, particularmente em crianças (semanas ou meses) ou pode ser subtil ou completamente ausente — assim como pode se desenvolver muito mais lentamente — no tipo 2.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes são os seguintes:
- Idade acima de 45 anos;
- Obesidade (índice de massa corporal >25kg/m2);
- Histórico familiar de diabetes em parentes de 1° grau;
- Hipertensão arterial sistémica;
- Colesterol HDL abaixo de 35mg/dl e/ou triglicerídeos acima de 250mg/dl;
- Indivíduos membros de populações de risco (negros, hispânicos, escandinavos e indígenas).
Como podemos prevenir ou retardar o aparecimento da diabetes?
Se quer evitar esta preocupação (de vir a ser diabético) procure seguir estas três sugestões: modere essencialmente o consumo de doces, bebidas alcoólicas e refrigerantes, faça exercício físico regularmente e meça, com periodicidade, principalmente a partir dos 40 anos ou se tem excesso de peso, o seu nível de açúcar no sangue (genericamente designada por medição da diabetes), na farmácia.
Não deixe, contudo, de falar do assunto ao seu médico, que o pode mandar fazer outros exames e implementar-lhe um tratamento adequado, já que existem muitas pessoas que não sabem que são diabéticas.
António Hipólito de Aguiar
(Farmacêutico; Docente Universitário)
Também lhe poderá interessar
Sistema cardiovascular
A perigosa e silenciosa hipertensão arterial
Sistema cardiovascular