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A prostatite é uma inflamação e/ou infecção da próstata, sendo o diagnóstico mais comum em homens com menos de 50 anos de idade. 

A história clínica e o exame físico, incluindo o toque rectal , são a primeira abordagem para o diagnóstico da prostatite. Na sequência desta avaliação o médico poderá solicitar outros exames, nomeadamente: sedimento urinário, urocultura, análise bacteriológica da secreção prostática, entre outros. 

As podem ser classificadas em quatro categorias: Prostatite Bacteriana Aguda; Prostatite Crónica Bacteriana; Síndroma Doloroso Pélvico Crónico, Prostatite Não Bacteriana e Prostatite  Inflamatória Assintomática. 

A prostatite bacteriana, tanto aguda como crónica, não é uma doença contagiosa, não sendo considerada uma Doença Sexualmente Transmissível (DST).

Prostatite Aguda Bacteriana
Prostatite Aguda Bacteriana

 
Prostatite Aguda Bacteriana

É a infecção da próstata menos frequente e afecta, principalmente, os homens sexualmente activos, com idades compreendidas entre os 20 e os 40 anos. 

Esta prostatite é a mais fácil de diagnosticar, porque os sintomas são geralmente severos e têm início súbito, incluindo febre, ardor miccional e tremores. É comum o doente apresentar sintomas urinários irritativos e obstrutivos. 

A prostatite aguda bacteriana é causada, essencialmente, por agentes microbianos e a causa mais comum é a Escherichia coli, presente em 65 a 80% das infecções. 

Menos comuns são os fungos ou vírus que surgem em indivíduos imunodeprimidos. 

O exame físico geral revela um doente ruborizado, com febre, astenia, vómitos e náuseas. No toque rectal, a palpação da próstata é extremamente dolorosa e quente. 

Para confirmar o diagnóstico são realizados exames complementares, nomeadamente: sedimento urinário, que deverá revelar leucocitúria e urocultura, para identificar o agente bacteriano.


Prostatite Crónica Bacteriana

A prostatite crónica é uma infecção recorrente, geralmente causada por bactérias. Ao contrário da infecção aguda, os seus sintomas são habitualmente pouco intensos, podendo incluir vontade frequente de urinar, ardor, dor miccional e dor perineal. Por vezes, as queixas resumem-se a infecções urinárias de repetição. Nesta patologia a intensidade dos sintomas não se mantém e os períodos de agravamento alternam com períodos assintomáticos. 

O exame físico não apresenta alterações relevantes e o diagnóstico é, por vezes, possível através do sedimento urinário e de urinocultura (teste das duas amostras, em que a urina é recolhida antes e depois da massagem prostática, efectuada por toque rectal). 


Sindroma Doloroso Pélvico Crónico

Este síndroma tem um quadro clínico semelhante ao da prostatite crónica, sem infecção urinária associada e muitas vezes com disfunção sexual (ejaculação prematura ou dolorosa). 

Os exames habitualmente realizados, numa primeira abordagem, são: exame físico geral, toque rectal e exame laboratorial da urina.


Prostatite Não Bacteriana

A Prostatite Não Bacteriana é a inflamação da próstata mais comum e a mais simples das prostatites. Esta doença pode surgir nos homens em qualquer idade e transformar-se numa situação crónica. 

Pode ser causada por:

  • Chlamydia trachomatis, Ureaplasma urealyticum, Trichomonas vaginalis 
  • stress 
  • actividade física, por exemplo andar de bicicleta
  • anomalias estruturais do tracto urinário, entre outras.

Os sintomas são mínimos e idênticos ao da prostatite crónica. O sedimento urinário e/ou fluído prostático revela leucocitúria e a urocultura é negativa.


Prostatite Inflamatória Assintomática

Os sintomas são inexistentes ou mínimos, pelo que, é diagnosticada, na maioria das vezes, de forma acidental. 

Sintomas
Sintomas


Sintomas

Os sintomas dependem do tipo de prostatite, podendo o doente apresentar sintomas severos e  súbitos ou pelo contrário, praticamente, não apresentar queixas. 

Quando presentes, os sintomas da prostatite podem incluir febre, arrepios, micção difícil, aumento do número de micções, sensação de dor ou ardor miccional, dor perineal, dor abdominal, dores articulares e musculares, sangue na urina e ejaculação dolorosa. 

Os sintomas da prostatite podem assemelhar-se aos sintomas de outras doenças, nomeadamente: uretrite aguda ou crónica, cistite, infecção bacteriana da bexiga, hiper- trofia, entre outros. Por isso, é necessário a observação médica e a realização de exames complementares, por exemplo: sedimento urinário e urinocultura, para confirmar o diagnóstico. 

Tratamento
Tratamento


Tratamento

O tratamento depende do tipo de prostatite. Na prostatite aguda infecciosa, a antibioterapia e a  terapêutica com anti-inflamatórios são o tratamento recomendado, durante um período mínimo de 14 dias. Por vezes, na fase aguda pode ser necessário a administração do antibiótico por via parentérica. 

Na prostatite crónica bacteriana a opção terapêutica é a mesma, antibioterapia e anti- inflamatórios, mas o período de duração do antibiótico deverá ser mais longo, entre 4 a 12 semanas. 

Na infecção crónica, os antibióticos penetram muito mal no interior da próstata, por isso utilizam-se geralmente os antibióticos lipossolúveis. A selecção do antibiótico deve basear-se em dois critérios: 

  • Boa penetração na próstata 
  • Sensibilidade do agente infeccioso
    Cerca de 60% dos doentes respondem ao tratamento. Contudo, existem casos que não respondem à terapêutica, utilizando-se habitualmente um esquema diferente com antibiótico em baixa dose e por um longo período. Alguns casos podem exigir a remoção cirúrgica da próstata.
    Quando os doentes apresentam queixas de dificuldade miccional são utilizados os alfa blo- queantes, que relaxam o tecido muscular prostático e reduzem a dificuldade miccional.
    Na prostatite não bacteriana podem utilizar-se anti-inflamatórios e alfa bloqueantes, para reduzir a dificuldade miccional, e relaxantes musculares, com o objectivo de relaxar os músculos do períneo.

Para diminuir o desconforto do doente com prostatite recomendam-se algumas medidas, nomeadamente:

  • banhos de semicúpio ou de banho de assento, em que o corpo se imerge das coxas à cintura 
  • prática de exercício físico, principalmente a caminhada 
  • aumento da ingestão de líquidos 
  • dieta sem condimentos (especiarias) 
  • evitar a ingestão de álcool e café.


Fontes

www.apurologia.pt
www.mayoclinic.com
www.uroweb.org


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