Problemas no Masculino - Próstata

Nas últimas décadas, com o aumento da esperança de vida, a incidência das doenças da próstata tem aumentado, nomeadamente a Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) e o Cancro da Próstata. 

O Cancro da Próstata é das neoplasias mais prevalentes no homem, verificando-se um aumento da sua incidência com a idade, particularmente a partir dos 50 anos. 

A incidência geográfica deste cancro é muito variável, sendo mais frequente nos Estados Unidos, particularmente entre a população afroamericana, e no Norte da Europa, nomeadamente nos Países Nórdicos. Os valores mais baixos têm sido observados no Japão e na China. 

Na União Europeia estima-se que sejam diagnosticados 85.000 novos casos de cancro da próstata por ano. 

Em termos de incidência, em Portugal, o Cancro da Próstata ocupa o terceiro lugar no ranking das doenças oncológicas e o segundo em taxa de mortalidade, sendo responsável por cerca de 1800 mortes por ano.

Anatomia e função da Próstata

A próstata é uma glândula do aparelho genital masculino. Está localizada abaixo da bexiga, à frente do recto, envolvendo a porção inicial da uretra. Tem o tamanho e o aspecto de uma castanha e pesa cerca de 15-30 gramas. 

Uma das principais funções desta glândula é produzir um líquido, a secreção prostática, que durante a ejaculação é lançado na uretra, onde se mistura com os outros consituintes do esperma. Esta secreção prostática aumenta a vitalidade dos espermatozóides e diminui a acidez da vagina. 

A glândula prostática divide-se em três zonas: central, de transição e periférica. 

Em geral, o Cancro da Próstata e a prostatite desenvolvem-se na zona periférica e a HBP na zona de transição.  

A próstata tem dois períodos de crescimento, o primeiro na puberdade, onde duplica o seu tamanho, continuando depois a crescer lentamente até à quinta década de vida. O segundo período de crescimento dá-se, na maioria dos homens, por volta dos 50 anos e é a partir desta segunda fase de crescimento que podem surgir problemas, nomeadamente, a HBP e o Cancro da Próstata.

Patologias da Próstata e Sintomas

A partir dos 50 anos é expectável um aumento do volume da próstata, que pode atingir os 0,6 gramas por ano, aumentando por isso o risco de desenvolver problemas da próstata. 

Quando se verifica um aumento do volume da próstata, por HBP ou Cancro da Próstata, há uma compressão na uretra, que dificulta a saída de urina. Ao mesmo tempo, a parede da bexiga torna-se mais espessa porque tem de fazer um esforço maior para expulsar a urina. A bexiga fica sensível e irritável e surgem as micções mais frequentes e precedidas de imperiosidade miccional. Por vezes, o músculo da bexiga entra em falência e a bexiga não se esvazia completamente. A retenção urinária pode ser parcial e crónica ou aguda. Estas alterações do funcionamento da bexiga podem ter consequências renais importantes. 

É de salientar que logo que surjam os primeiros sinais ou sintomas urinários, que podem ser irritativos ou obstrutivos, é importante procurar orientação médica. 

Os sintomas urinários associados a um aumento do volume da próstata podem surgir em três situações: 

• Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) 
• Cancro da Próstata (CaP) 
• Prostatite
  
  

Os indivíduos com mais de 50 anos ou com mais de 40 anos e com antecedentes familiares de Cancro da Próstata ou outros factores de risco, devem fazer uma avaliação clínica anual da próstata, mesmo que não tenham sintomas. 

Exames para avaliação das doenças da próstata

O primeiro passo do processo de avaliação é a história clínica, que deve ser o mais pormenorizada possível. 

Os exames habitualmente realizados, numa primeira abordagem, para a avaliação das doenças da próstata são: o exame físico geral, o toque rectal e os níveis séricos de antigénio específico da próstata (PSA total). 

Após a avaliação dos resultados, o médico poderá solicitar outros exames complementares de diagnóstico, nomeadamente: ultrassonografia transrectal da glândula da próstata, biópsia da próstata, sedimento urinário, urocultura, creatinina, entre outros. 

Fontes
National Cancer Institute
Estudo PROSPOR

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