Sexualidade
Ejaculação Precoce
A ejaculação precoce, ou EP é um problema comum. Ocorre quando um homem não é capaz de controlar a sua ejaculação e, consequentemente, ejacula mais rapidamente do que ele e a/o sua/seu parceira/o desejaria/m.
O que é a Ejaculação Precoce (EP)
A ejaculação precoce é aquela que ocorre sempre, ou quase sempre, antes ou até 2 minutos após a penetração.
Esta falta de controlo de retardar ejaculação em todas ou quase todas as penetrações, tem consequências negativas, tanto pessoais como para o casal, tais como:
- Angústia;
- Dificuldade nas relações interpessoais;
- Frustração;
- Evitar a intimidade sexual.
A EP é a disfunção sexual mais frequente no homens, mas também menos diagnosticada e tratada. Para isso contribuem a vergonha e o desconhecimento que rodeiam este tema, bem como a falta de orientação médica.
No entanto, saiba que Não está sozinho - a EP é comum.
Tipos de EP
Há 4 tipos de ejaculação precoce (EP):
- EP primária, ou seja, a disfunção ejaculatória que persiste desde a primeira experiência sexual;
- EP adquirida, quando a disfunção ejaculatória se inicia gradual ou subitamente, após um período de experiências ejaculatórias normais;
- EP variável natural/situacional, variação do desempenho sexual normal que pode estar relacionada com nova(o) parceiro, uma situação incomum ou com baixa frequência de atividade sexual;
- EP subjectiva, perceção subjetiva de ejaculação rápida, mas com tempo de latência de penetração dentro ou até superior ao normal, não é considerada patológica.
Fatores de risco para a ejaculação precoce
A EP está associada a desequilíbrios nos impulsos nervosos, e com predisposição genética. Existe uma clara associação a deficiências de uma substância química chamada serotonina, mas existe uma compreensão insuficiente da relação entre a EP e outros fatores. No entanto, há fatores psicológicos a considerar.
Homens com o seguinte perfil psicológico têm riscos acrescidos de ejaculação precoce:
- Ansioso ou vulnerável à ansiedade de desempenho;
- Instabilidade emocional e sentimento de culpa;
- Depressão;
- Sujeito a pressão e stress diário;
- Experiências sexuais prévias negativas.
São também fatores de risco conhecidos para a disfunção ejaculatória precoce secundária:
- Alterações hormonais nos níveis de testosterona e de prolactina;
- Hipertiroidismo;
- Obesidade;
- Diabetes;
- Inflamação da próstata (prostatite);
- Alcoolismo;
- Síndrome de privação de opiáceos ou antipsicóticos.
Sintomas da ejaculação precoce
Entre os sintomas relacionados com a EP estão:
- Redução dos níveis de auto-confiança;
- Ansiedade e sentimentos negativos, como vergonha e angústia;
- Irritabilidade;
- Depressão.
Associado a este quadro sintomático estão, geralmente, os seguintes fatores:
- Redução da satisfação global nas relações sexuais;
- Dificuldade do relaxamento durante o acto sexual;
- Relações sexuais menos frequentes;
- Insatisfação da(o) companheira(o);
- Deterioração do relacionamento conjugal.
Diagnóstico de Ejaculação Precoce
O diagnóstico da EP baseia-se na:
- Realização de uma história clínica e exame físico detalhados;
- Utilização de ferramentas de diagnóstico específicas, como o TLEIV (tempo de latência ejaculatória intravaginal) e questionários como o PEDT* (premature ejaculation diagnostic tool), que é largamente utilizado, e que pode ajudar a concluir se sofre de EP ou não.
Falar sobre a EP pode ajudá-lo a si e à/ao sua/seu parceira/o
Os homens com EP sentem, muitas vezes, que estão a deixar ficar mal a/o sua/seu parceira/o e que a qualidade do seu relacionamento melhoraria se não tivessem EP.
Tanto os homens como as/os suas/seus parceiras/o podem sentir-se presos num círculo vicioso. Quanto mais tempo durar o problema, mais a sua ansiedade aumenta, colocando ainda mais pressão sobre a relação sexual. Assim, questões físicas, emocionais e psicológicas podem ocorrer em simultâneo. Trata-se de uma situação muito difícil para o homem e para a/o sua/seu parceira/o, mas lembre-se que uma conversa com um médico ou farmacêutico pode ajudar a mudar a situação por completo. Pode ser tão simples quanto isso, ninguém precisa de viver com este stress durante toda a vida.
Tratamento da Ejaculação Precoce
O tratamento da ejaculação precoce pode envolver:
- Medidas comportamentais;
- Psicoterapia;
- Terapêutica farmacológica.
O tratamento deve iniciar-se pela correção dos fatores de risco, nomeadamente, e quando possível:
- Perda de peso;
- Prática de exercício físico;
- Tratamento do hipertiroidismo e/ou de outras alterações hormonais;
- Controlo da diabetes;
- Tratamento da prostatite;
- Abstinência de substâncias estupefacientes.
A psicoterapia, com acompanhamento por um urologia ou psiquiatra, contribui também para reduzir os níveis de ansiedade, melhorar o desempenho sexual e para otimizar a relação do casal.
Medidas a serem aplicadas no dia a dia de quem sofre de ejaculação precoce
Como medidas comportamentais podem ser usadas técnicas de relaxamento (como o ioga) e abstração com pensamentos não-sexuais, pouco estimulantes.
A paragem e recomeço cíclico do contacto sexual (técnica stop & start) ou a compressão da glande (técnica de squeeze), quando o orgasmo está próximo, podem também retardar a ejaculação.
A masturbação pré-coital (1 a 2 horas antes) pode prolongar o tempo de latência jaculatória da penetração, especialmente se a ejaculação precoce for do tipo adquirida.
Existem também no mercado preservativos dessensibilizastes de diversas marcas, que se destinam ao prolongamento do prazer, retardando a ejaculação.
Tratamento farmacológico
1. Tratamentos tópicos - Estes funcionam através da dessensibilização do pénis, ajudando a adiar a ejaculação.
São tratamentos de administração “na hora”, que se aplicam antes da penetração.
Spray tópico - Esta opção de tratamento, mais recente, pode ser benéfica uma vez que é, geralmente, de ação rápida e indicado para a maioria dos homens. O spray é facilmente aplicado, 5 minutos antes de uma relação sexual, a partir de pequenos recipientes de pulverização e é um tratamento de ação local. Existe um spray aprovado para a EP, disponível sob prescrição médica.
2. Medicação oral para a EP - A medicação oral de administração “na hora” (ou seja, medicação que deve apenas ser tomada quando for necessária) está disponível para a EP, sob prescrição médica, o que proporciona uma opção alternativa aos tratamentos tópicos. Precisa, geralmente, de ser tomada 2 a 3 horas antes da relação sexual.
Fontes
iSaúde
MSDmanuals
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