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Sinais e sintomas

Sabe a diferença entre Rinite e Sinusite?

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A rinite alérgica e a sinusite têm em comum, por exemplo, a congestão nasal, mas é importante esclarecer que são problemas de saúde diferentes. Contudo, um deles pode surgir como consequência do outro.

A rinite (conhecida também por Febre dos Fenos) é uma inflamação na mucosa das cavidades nasais, podendo ser aguda ou crónica, ocorrendo em cerca de 25% da população. As causas são, principalmente, alergias e viroses.

Já a sinusite (ou “rinossinusite”) é a inflamação na mucosa das cavidades ou seios nasais. Se for aguda, pode ter origem viral ou bacteriana, e é muito comum o paciente sentir dor na região frontal da cabeça.

Principais causas da rinite
Principais causas da rinite


Rinite


Principais causas 

Além de alergias e viroses respiratórias, a inflamação na mucosa que reveste o nariz pode ser ocasionada por agentes infecciosos (bactérias e fungos), doenças metabólicas, autoimunes e degenerativas, gestacional, medicamentosa, por alterações do sistema nervoso autónomo, por uso de drogas, tabagismo, entre outras.


Sabia que...

A rinite é muito comum, estimando-se que afeta cerca de 22% da população portuguesa.

rinite alérgica
Rinite alérgica


Sabia que…

A infeção pelo novo Coronavírus (Covid-19) causa uma rinite com perda de olfato e paladar em cerca de 70% dos casos,  normalmente transitória.

A causa mais comum da rinite é a alergia respiratória, que se manifesta em cerca de 25% da população, muitas vezes associada а asma brônquica. É fundamental tentar identificar os fatores ambientais que podem desencadear uma crise, como a presença de bolor, ácaros, pêlos de animais, produtos químicos, fumo de cigarro, pólen e mudanças repentinas de temperatura”.

A frequência da rinite alérgica depende da substância a que a pessoa é alérgica. Se o alergénio é, por exemplo, o pólen, os sintomas são sazonais e podem durar alguns meses. Por outro lado, há quem sofra de rinite alérgica todo o ano.


Sintomas comuns da rinite alérgica:

  • obstrução nasal; 
  • corrimento nasal aquoso;
  • espirros;
  • Comichão no nariz e possivelmente na garganta, olhos e ouvidos.


Confirmar o diagnóstico

O médico otorrino fará a avaliação clínica do paciente e poderá solicitar o exame de endoscopia nasal (nasofibroscopia flexível ou rígida), para uma análise completa da cavidade nasal. Os testes de sensibilidade alérgica (cutâneos ou sorológicos) também podem complementar o diagnóstico.

controle dos sintomas
Controle dos sintomas


Tratamento mais adequado
 

Na maioria dos casos, o tratamento consiste no controle dos sintomas, tendo como objetivo а melhoria da qualidade de vida do paciente. Podem ser usados medicamentos anti-histamínicos orais durante as crises, feitas lavagens nasais com soro fisiológico ou água do mar (muito importante) e a aplicação de corticóides intranasais. Ainda há a opção de tratamento com vacinas (sublinguais ou injetáveis), de acordo com o resultado dos testes de sensibilidade alérgica, em casos específicos. A cura definitiva é um pouco mais difícil, devido à diversidade de alergenos e poluentes da atmosfera.


Outros tipos de rinite

Além da rinite alérgica, existe também a rinite de causa não alérgica, que habitualmente se desenvolve durante a vida adulta. Embora partilhem muitas semelhanças nos sintomas -  que, neste caso, podem durar todo o ano -, as causas de uma e de outra são diferentes.

Alguns tipos de rinite não alérgica são:

  • Rinite viral: causada por uma infeção, como gripe ou constipação.
  • Rinite vasomotora: caracterizada por uma hipersensibilidade a estímulos, como ar seco, poluição atmosférica e comida picante.
  • Rinite atrófica: ocorre quando a mucosa nasal fica mais fina, endurecida, sobretudo com o envelhecimento e as vias nasais tornam-se assim mais amplas e secas.
  • Rinite medicamentosa: é causada por determinados medicamentos, habitualmente, pelo uso excessivo de descongestionantes nasais (gotas nasais).

Atenção! A automedicação pode oferecer riscos parа saúde. Os descongestionantes nasais (orais ou tópicos) podem até aliviar momentaneamente a obstrução nasal, porém, causam efeitos adversos como irritação na mucosa e consequente quadro de rinite medicamentosa, além de agravar arritmias e hipertenção arterial.

Sinusite ou Rinossinusite
Sinusite ou Rinossinusite


Sinusite ou Rinossinusite

Este é o nome da inflamação na mucosa das cavidades paranasais ou “seios da face” (região frontal, maxilar, à volta ou atrás dos olhos). A sinusite é causada pela obstrução dos canais de ventilação, geralmente após uma virose respiratória (gripe ou constipação) ou rinite, com consequente acumulação de muco e proliferação bacteriana, que resulta na infeção. 

A produção de muco faz parte do normal funcionamento dos seios nasais, muco este que é expulso para o exterior através do nariz. Quando os seios nasais ficam obstruídos e cheios de muco, pode favorecer o desenvolvimento de bactérias e infeção.

Alguns dos sintomas de sinusite são:

  • Congestão nasal, dificultando a respiração através do nariz
  • Corrimento nasal
  • Dor de cabeça
  • Dor de garganta e/ou tosse
  • Muco que "desliza" da parte de trás do nariz para a garganta
  • Secreções nasais espessas e amareladas ou esverdeadas
  • Mau hálito ou mau sabor na boca
  • Sensação de pressão ou de dor no rosto
  • Ressonar

Perante a persistência destes sintomas, é importante que consulte o seu médico assistente ou o médico especialista em Otorrinolaringologia.

Como tratar
Como tratar


Tratamento

Faz-se à а base de antibióticos, lavagens nasais com soro fisiológico e/ou água do mar associados ou não a corticóide intranasal. 

1) Na sinusite viral, os sintomas são mais leves, como corrimento nasal claro, necessitando apenas de tratamento sintomático.  

Cuidado! O uso indiscriminado e desnecessário de antibióticos leva a uma maior incidência da resistência bacteriana.

2) A sinusite crónica ocorre quando os sintomas respiratórios persistem por um período superior a quatro semanas, sendo que a dor na face é menos frequente do que na sinusite aguda. Predomina a presença de secreção nasal com cheiro desagradável, obstrução nasal, tosse persistente e diminuição do olfato, podendo ter ou não pólipos nasais.

Poderá ser necessário analgésicos (como paracetamol ou ibuprofeno), antibióticos, descongestionantes ou sprays nasais corticóides. Em algumas situações, poderá haver indicação para cirurgia dos seios perinasais, que tem como objetivo melhorar a drenagem dos seios nasais e facilitar a respiração nasal.


Existe uma relação entre rinite alérgica e sinusite?

A sinusite é uma possível e comum complicação da rinite alérgica. A rinite alérgica leva à obstrução nasal, que, por sua vez, obstrui os seios nasais. Deste modo, os canais que permitiam a normal drenagem do muco ficam bloqueados e esse muco pode infetar. Em resumo: em situações em que a rinite alérgica se prolonga e não é controlada, pode ocorrer a sinusite.

Perante o diagnóstico de rinite alérgica, o seu médico assistente poderá fazer algumas recomendações e prescrever medicação que ajude a controlar este problema, prevenindo assim o desenvolvimento de sinusite.


Fontes
MSD Manual

 

 

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