A criança tem febre, não desespere, mas fique vigilante

A febre é um sinal de alerta muito frequente nas crianças. Por isso, importa os pais saberem lidar de forma adequada com este sinal tão comum.

Um sinal, não uma doença!

A febre, por si, não é uma doença, é um sinal, ou seja, uma resposta do nosso organismo no combate às infeções. A febre tem benefícios, tais como:

• Diminui o ritmo de crescimento de algumas bactérias ou vírus;
• Aumenta a função de defesa do sistema imunitário.
  
  

Será febre?

Para saber se a criança tem febre não basta pôr a mão na testa. Importa saber qual o valor da temperatura! Considera-se febre a subida de, pelo menos, 1°C acima da temperatura basal média diária individual (temperatura do corpo medida em repouso, normalmente imediatamente após acordar).

A temperatura pode ser medida com termómetros digitais, de vidro com coluna líquida de galinstan ou de infravermelhos (à distância ou de contacto). Deve seguir as indicações fornecidas por cada fabricante, e mantê-los limpos para não originar erros de leitura.

Medição da Temperatura     

Medição retal - é o método mais rigoroso. Coloque a criança deitada de costas, lubrifique a extremidade do termómetro e introduza a ponta, em cerca de 3cm no ânus, num trajeto paralelo às costas da criança.

Medição oral - só deve ser realizada a partir dos 5 anos. Deve colocar a ponta do termómetro debaixo  da língua e pedir à criança para manter a boca fechada durante cerca de 3 minutos, enquanto é feita a leitura.

Medição axilar - menos preciso, mas um método bastante prático. O termómetro deve ser colocado na axila (de forma a tocar na pele e não na roupa), mantendo-se o braço firmemente encostado ao tronco, durante a leitura.

Medição timpânica - só deve ser realizada a partir dos 3 anos. Coloca-se o termómetro por infravermelhos no ouvido. Devem ser realizadas 3 determinações seguidas e deve selecionar o valor medido mais elevado.

E agora?

Se a criança tem febre, mas continua com interesse pelas brincadeiras, está alerta e reativa e come e bebe normalmente, permaneça atento e vigilante. Aplique, algumas medidas gerais para tentar diminuir:

• Mantenha um ambiente com uma temperatura amena;
• Adeque o vestuário e a roupa da cama à sensação de frio/calor;
• Ofereça água ou leite (aos bebés);
• Não faça arrefecimento (com banho frio, compressas, álcool ou ventoinhas) para baixar a temperatura – tal vai diminuir a temperatura da pele e provoca uma subida da temperatura;
  
  

Se o bebé se sentir desconfortável, pode ser necessário que o médico pediatra recomende um medicamento antipirético (diminuem a febre). Neste caso, cumpra o plano de tratamento até ao fim. As doses são em função do peso e idade da criança, bem como a própria forma farmacêutica, e devem ser medidas com rigor; além disso, os horários e os intervalos entre as tomas devem ser cumpridos.

No entanto, há que ter em atenção que a utilização de antipiréticos em excesso pode ser prejudicial, não só pela toxicidade dos mesmos, mas também porque se pode estar a prolongar a doença e as suas complicações.

Levar ao Médico?

Há situações que requerem uma intervenção médica imediata. É o que deve fazer se:

• A febre for acompanhada de sonolência excessiva ou incapacidade em adormecer; choro inconsolável; sede insaciável; fraqueza; náuseas e vómitos; diarreia; dificuldade em engolir ou falta de apetite; irritabilidade; dificuldades respiratórias; palidez; aparecimento de manchas na pele nas primeiras 24 a 48 horas; urina turva e/ou com mau cheiro; convulsão;
• Temperatura axilar ≥ 39,0ºC ou retal ≥ 40,0ºC, se idade inferior a 6 meses; temperatura axilar ≥ 40,0ºC ou retal ≥ 41,0ºC, após os 6 meses de idade;
• For um bebé com menos de 3 meses de idade;
• Febre em criança com uma doença crónica grave;
• Febre com duração superior a 3-5 dias completos ou reaparecimento de febre após 2 a 3 dias sem febre.
  
  

Fontes
iSaúde
Revista Farmácia Distribuição

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