Doenças Crónicas

Aparelho respiratório

DPOC - Quando o ar parece que não chega

Doenças Crónicas


DPOC é a abreviatura de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica e ocorre quando há dificuldade da passagem de ar devido a uma inflamação e estreitamento das vias respiratórias, numa forma permanente, limitando o fluxo de ar que chega ao pulmão.

Esta diminuição da capacidade pulmonar deve-se à inalação prolongada de substâncias tóxicas e agressivas para as vias aéreas e pulmões.

De acordo com o Serviço Nacional de Saúde, é uma doença que afeta cerca de 14% dos portugueses com idade superior a 40 anos, na maioria fumadores.

O principal sintoma da DPOC é a falta de ar. Até a tarefa mais simples como calçar umas meias, pode levar à perda de fôlego.

O tabaco é tido como a principal causa para o aparecimento da DPOC, no entanto existem outras causas.

DPOC - fatores de risco
DPOC - fatores de risco


Fatores de Risco

  • Tabagismo – fumadores ou ex-fumadores que fumaram 20 ou mais cigarros por dia apresentam um maior risco;
  • Exposição ocupacional a poeiras e químicos;
  • Poluição;
  • Fatores genéticos - deficiência numa proteína, a alfa-1-tripsina, que desempenha um papel protetor dos pulmões.

A DPOC é uma doença silenciosa que demora vários anos a desenvolver-se, mas quando se instala é para sempre.

O primeiro indício do aparecimento da doença é a tosse persistente e produtiva, vulgarmente chamada de “catarro”. A tosse produtiva é geralmente pior de manhã quando a pessoa se levanta da cama, mas pode persistir ao longo de todo o dia. É um sinal muito desvalorizado porque se associa ao uso do tabaco e não a uma doença.

O cansaço, também presente na doença, por vezes também é associado ao processo de envelhecimento e não como consequência da existência da doença.

DPOC - sintomas
DPOC - sintomas


Sintomas da DPOC

  • Tosse produtiva;
  • Pieira – ruído ao respirar;
  • Falta de ar associada ao esforço físico – subir escadas, caminhar;
  • Dificuldade em realizar as tarefas diárias vulgares – vestir, fazer a cama;
  • Cansaço invulgar.

O diagnóstico da doença é feito através de um exame que mede o fluxo de ar nos pulmões, a espirometria.

Todos estes sintomas têm um grande impacto na qualidade de vida dos doentes, podendo levar à dependência de terceiros para ajudar nas rotinas diárias, perda de autoestima, ansiedade, depressão e isolamento social.

A DPOC não tem cura, pode ser prevenida e tratada de forma a evitar a sua progressão e controlando os sintomas, melhorando a qualidade de vida dos doentes.

DPOC - prevenção e tratamento
DPOC - prevenção e tratamento


Prevenção e tratamento da DPOC

  • Deixar de fumar;
  • Medicamentos;
    • Broncodilatadores inalados;
    • Corticosteroides inalados – nos casos mais avançados da doença;
    • Corticosteroides orais – nas situações de agravamento da doença;
    • Vacina antigripal e antipneumocócica – evita o aparecimento de infeções respiratórias.
  • Oxigenoterapia – no caso de haver pouco oxigénio no sangue.
  • Terapia respiratória – de forma a melhorar a musculatura inspiratória.

Os medicamentos usados no tratamento da DPOC são na sua maioria administrados por via inalatória, atuando diretamente nos brônquios, sendo necessárias menores doses para ter o efeito pretendido e com menos efeitos secundários. O uso correto dos dispositivos inalatórios é muito importante para o sucesso do tratamento.


Como usar corretamente os dispositivos

Existem vários tipos de dispositivos utilizados, e serão diferentes consoante o tipo de medicamento prescrito.

Antes de iniciar a sua medicação, deve aprender a usá-lo corretamente. Dependendo do dipositivo, os passos a seguir serão diferentes no que diz respeito à sua preparação. Os passos seguintes são semelhantes a todos eles.

  • Lavar as mãos antes de manusear o dispositivo;
  • Preparar o dispositivo, seguindo as instruções da marca;
  • Expirar lentamente de forma a soltar todo o ar existente no pulmão;
  • Colocar os lábios à volta do bucal do dispositivo;
  • Inspirar lenta e profundamente, de forma a que todo o conteúdo seja aspirado pela boca;
  • Suster a respiração durante 10 segundos;
  • Voltar a respirar normalmente;
  • Bochechar com água, de forma a eliminar qualquer vestígio de medicamento que tenha ficado na cavidade oral.

Lembre-se, o objetivo do medicamento é ir para o pulmão, por isso se estiver a sentir muito pó na boca ou garganta o tratamento não vai ter tanta taxa de sucesso.

Sempre que surgir uma dúvida, recorrer a ajuda de um profissional de saúde que vai demostrar a técnica correta.


Fontes
iSaúde
Revista Farmácia Distribuição

 

 

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