Saúde Animal

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Cuidados dos animais na primavera

Saúde Animal


Os animais, assim como os humanos, podem ficar facilmente doentes na primavera, devido às mudanças de temperatura e ambiente, e por isso deverá estar alerta para diferentes tipos de problemas mais comuns nesta época do ano. 

É altura de mais passeios ao ar livre, mais exposição à luz solar e às temperaturas mais altas, facilitando o contacto com insetos e parasitas, que podem provocar alergias. 

As alergias são uma condição comum em cães e gatos, e podem ser desencadeadas por uma variedade de fatores. As alergias mais comuns em cães e gatos incluem alergias a pulgas, alergias alimentares e alergias ambientais.

Alergias a pulgas
Alergias a pulgas


Alergias a pulgas

Muito comum, a alergia à picada das pulgas é causada pela saliva destas, que pode causar comichão intensa e inflamação na pele dos animais, levando à queda de pelo e lesões, por vezes extensas. O tratamento envolve a eliminação das pulgas e o uso de medicamentos e outros produtos para controlar a comichão e inflamação.

Alergias alimentares
Alergias alimentares


Alergias alimentares

As alergias alimentares são causadas por uma reação a um ingrediente específico na dieta do animal.

Alergias ambientais
Alergias ambientais


Alergias ambientais

Como as alergias sazonais, são causadas por alergenos encontrados no ambiente, como pólen, ácaros, fungos e produtos químicos.

Reações adversas
Reações adversas


Reações adversas aos alimentos em animais

As reações de intolerância alimentar compreendem qualquer resposta anormal não imunológica a um alimento e incluem toxicidade, reações idiossincráticas, farmacológicas e metabólicas. A dermatite alérgica induzida por alimentos (DAIA) define-se como uma reação imunológica exagerada e anómala a um alimento, não relacionada com o efeito fisiológico de nenhum componente do mesmo.

A dificuldade em diferenciar reações puramente alérgicas das reações de intolerância alimentar faz com que sejam incluídas todas as reações com a denominação comum de reações adversas aos alimentos. 

As reações adversas aos alimentos de origem não imunológica. A maioria dos cães e gatos com DAIA apresentam quadros cutâneos acompanhados ou não de sinais digestivos, embora a via de entrada do agente alergénico seja intestinal. Não fica muito claro porque é que alguns cães e gatos apresentam sinais cutâneos, outros apresentam sinais gastrointestinais e outros apresentam uma combinação de ambos, existindo diversas hipóteses.


Sinais clínicos

A dermatite alérgica induzida por alimentos (DAIA) é a alergia de apresentação mais precoce, com 48% de animais em que os seus sinais clínicos começam antes de terem um ano de idade. Os sinais clínicos da DAIA são a presença de prurido não sazonal e as lesões associadas à gravidade do mesmo ou ao desenvolvimento das frequentes infeções secundárias. A presença de prurido nos ouvidos e zonas perianais é muito característica da DAIA, e em pastores-alemães foi observada uma grande relação entre a DAIA e a presença concorrente de otites e fístulas perianais. A prevalência de otites durante a DAIA é muito elevada, aparecendo em até cerca de 80% dos casos e, em 24%, a otite pode ser a única manifestação clínica. O quadro clínico de uma alergia alimentar pode ser muito semelhante ao de uma dermatite atópica, uma vez que se caracteriza pelos mesmos sinais clínicos e afeções das mesmas zonas: focinho, pavilhões auriculares, axila, zona inguinal e abdómen, pelo que é impossível distinguir ambas as entidades com base nos sinais clínicos que o animal apresenta. Por outro lado, comprovou-se que existe uma grande relação entre ambas, podendo existir animais que padecem de ambas as alergias em percentagens que variam de 3% a 30% segundo os diversos estudos.

No caso dos felinos, a apresentação clínica pode surgir como prurido generalizado não sazonal, lesões do complexo granuloma eosinofílico, prurido da cabeça e pescoço, dermatite miliar, alopecia autoinduzida, dermatite exfoliativa e, em alguns casos, angioedema e urticária.


Diagnóstico

O único teste eficaz e válido para o diagnóstico das reações adversas aos alimentos consiste em realizar uma dieta de eliminação durante 8 semanas e comprovar o desaparecimento dos sinais clínicos nesse período. O diagnóstico será realizado após a recorrência dos sinais clínicos ao expor o animal aos alimentos que ingeria previamente e o seu desaparecimento após o regresso à dieta hipoalergénica.

A nível de testes de laboratório, a partir de uma amostra de sangue é possível saber se o nosso animal apresenta anticorpos contra agentes alergénicos de origem animal ou vegetal. De referir que, relativamente à interpretação dos testes, um valor negativo tem um valor preditivo mais elevado, nomeadamente de 80%.


Fontes
1. Bethlehem S, Bexley J, Mueller RS: Patch testing and allergen-specific serum IgE and IgG antibodies in the diagnosis of canine adverse food reactions. Vet Immunol Immunopathol 2012; 145(3-4):582-9.

2. Veenhof EZ, Knol EF, Willemse T, Rutten VP: Immune responses in dogs with cutaneous adverse food reactions. Vet Q 2012; 32(2):87-98

3. Olivry T, Bizikova P: A systematic review of the evidence of reduced allergenicity and clinical benefit of food hydrolysates in dogs with cutaneous adverse food reactions. Vet Dermatol 2010; 21(1):32-41.

4. Mowat AM: Anatomical basis of tolerance and immunity to intestinal antigens. Nat Rev Immunol 2003;3(4):331–41.

 

 

 

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