Vírus
Varicela - Apetece tanto coçar, mas é proibido
A varicela é uma das doenças transmissíveis mais comuns na infância sendo bastante contagiosa. É uma doença benigna causada pelo vírus varicela-zoster da família dos Herpes-vírus. Tem maior prevalência no inverno e na primavera.
É caracterizada por bolhas ou borbulhas que provocam comichão intensa podendo afetar toda a pele.
Sintomas:
- Febre ligeira (por vezes grave no adulto);
- Dor de cabeça;
- Mal-estar geral (pode existir dor de estômago);
- Falta de apetite;
- Erupção da pele.
As erupções da pele começam por pequenas manchas vermelhas espalhadas, sobretudo no couro cabeludo, face e tronco. Podem aparecer também na boca, garganta, orelhas e órgãos genitais.
Ao fim de 2 a 4 dias as manchas transformam-se em bolhas cheias de líquido (vesículas) que vão secando até que se forma uma crosta (ao fim de 7 a 10 dias). Ao mesmo tempo, podemos observar bolhas em diferentes fases da doença: enquanto umas secam, outras irrompem.
As bolhas causam muita comichão e uma grande vontade de coçar que deve ser contrariada, pois pode provocar uma ferida na pele dando origem a uma infeção bacteriana.
Contágio
A varicela transmite-se de pessoa para pessoa por:
- Contágio direto com as vesículas da pele ou em objetos contaminados;
- Contágio por gotículas de saliva existentes no ar da pessoa com varicela (mesmo antes do doente ter qualquer sintoma) quando espirra, tosse ou fala.
O período de contágio da varicela é de 1 a 2 dias antes do aparecimento das lesões até 6 dias depois.
O período de incubação pode ir até 21 dias e a doença dura 5 a 10 dias, desde o aparecimento das lesões cutâneas até as vesículas formarem crostas.
Assim sendo, o risco de contágio mantém-se até que todas as bolhas estejam cicatrizadas. A melhor forma de evitar o contágio é isolar e tratar a criança doente, isto é, ficar resguardada em casa.
Se estiver grávida e já tenha contraído varicela está completamente imune e não existe risco para o feto. Caso contrário, nas primeiras 20 semanas de gestação, a varicela pode implicar complicações graves. Na própria grávida as manifestações de varicela são mais intensas, como em qualquer adulto.
Cuidados a ter
- Banho diário tépido para acalmar a comichão com gel antissético, ou produtos contendo aveia ou amido (acalmam a comichão);
- Repouso;
- Aplicar produtos (creme, géis ou loções) contendo calamina que aliviam a comichão nas manchas e bolhas (evitar contacto com os olhos). Quem coloca os produtos (tratador) deve sempre lavar as mãos ou desinfetar com álcool a 70º;
- Unhas cortadas e mãos limpas para minimizar o risco de infeção se a criança se coçar;
- Se a doença aparecer na boca optar por alimentos moles ou líquidos (sopas, iogurtes ou papas) e frios; evitar alimentos ácidos;
- Se houver febre ou dor só se deve administrar paracetamol. Não administrar anti-inflamatórios ou ácido acetilsalicílico pois podem causar doença grave nas crianças;
- Para alívio da comichão o médico pode receitar um anti-histamínico;
- Em casos mais graves o médico pode receitar um antivírial como o aciclovir.
Prevenção
Em alguns paises (como por exemplo em Portugal) a vacina não faz parte do Plano National de Vacinação (PNV), embora esteja autorizada pelo Infarmed e disponível para prescrição médica.
A vacina é recomendada em crianças entre os 12 meses e os 12 anos de idade (1 dose) ou a partir dos 13 anos caso não tenham tido varicela (2 doses, com intervalo de 4 a 8 semanas).
A vacina é contraindicada em pessoas com sistema imunitário deprimido, grávidas, doentes com cancro, doentes que tomem doses elevadas de corticosteroides e pessoas alérgicas à gelatina e/ou ao antibiótico neomicina.
Se houver contágio, numa pessoa que tenha sido vacinada, os sintomas são mais leves e a recuperação mais rápida.
Fontes
iSaúde
Revista Farmácia Distribuição
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