Conjuntivite alérgica – Para tratar num abrir e fechar de olhos

O que é uma conjuntivite?

É uma inflamação ou infeção da conjuntiva (membrana muito fina e transparente que cobre a superfície do olho e reveste a parte interna da pálpebra) que pode ser intermitente ou crónica e que se traduz em vermelhidão, lacrimejo e comichão nos olhos.

Esta inflamação pode ser devida a uma reação alérgica (conjuntivite alérgica), à ação de um vírus (conjuntivite viral) ou de uma bactéria (conjuntivite bacteriana).

Neste artigo iremos abordar a conjuntivite alérgica que, apesar de não ser considerada uma patologia particularmente grave, pode ser bastante incómoda e dificultar as tarefas do quotidiano.

Tipos de conjuntivite alérgica

As conjuntivites alérgicas resultam da resposta alérgica do organismo que é desencadeada por um alergénio transportado pelo ar, que entra em contacto com os olhos.

• Conjuntivite alérgica sazonal – vulgarmente conhecida por febre dos fenos. Ocorre maioritariamente na primavera/outono (devido à maior concentração de alergénios no ar – pólen das árvores, das gramíneas ou das ervas daninhas, atingindo o pico entre abril e julho);
• Conjuntivite alérgica perene - manifesta-se durante todo o ano, sendo os alergénios mais comuns os ácaros, bolores e pelos de animais;
  
  

Sintomas

Os sintomas afetam simultaneamente os dois olhos e são mais frequentes em pessoas com atopia ocorrendo muitas vezes quando há crises de rinite alérgica. Os sintomas incluem:

• Vermelhidão;
• Lacrimejo abundante ou secreção viscosa;
• Comichão;
• Fotossensibilidade;
• Inchaço da pálpebra;
• Sensação de corpo estranho.
  
  

Tratamento

A principal medida será evitar o contacto com os alergénios conhecidos, no entanto, existem fármacos que ajudam a reduzir os sintomas.

Falemos primeiro da terapêutica não sujeita a receita médica que existe na sua farmácia:

• Anti-histamínicos de uso tópico – azelastina ou cetotifeno;
• Anti-histamínicos orais - são menos eficazes para tratar sintomas oculares do que os anti-histamínicos de uso tópico (cetirizina, loratadina ou fexofenadina);
• Descongestionantes tópicos - oximetazolina;
• Estabilizadores de mastócitos – cromoglicato de sódio;
• Outros - proporcionam conforto pela sua ação hidratante ou refrescante (lágrimas artificiais, ectoína associada ao ácido hialurónico, soro fisiológico estéril).

Em casos mais graves de conjuntivite alérgica, o seu médico poderá prescrever-lhe outro tipo de fármacos (sujeitos a receita médica):

• Anti-inflamatórios não esteroides - diclofenac ou cetorolac;
• Corticosteroides - dexametasona, fluorometolona ou prednisolona.

O seu médico pode ainda optar pela imunoterapia específica (ou vacinação antialérgica).

Esta terapia baseia-se na dessensibilização ao alergénio que provoca a reação alérgica. Uma vez identificado o alergénio, são elaborados extratos específicos que são administrados ao doente. Pretende-se assim, que haja uma reeducação do sistema imunitário, diminuindo a sensibilidade do organismo ao alergénio.

Algumas recomendações

Qualquer que seja a abordagem terapêutica para a conjuntivite alérgica, deve ainda seguir estas recomendações de modo a diminuir o impacto desta manifestação alérgica:

• Areje a casa nas horas de menor concentração de pólenes;
• Evite zonas de maior concentração de alergénios, especialmente em períodos de maior polinização, dias de muito vento, quentes e secos. Junto ao mar, devido à maior humidade, há menor concentração de pólenes. Consulte o boletim polínico;
• Evite ter plantas polinizadoras dentro de casa;
• Use óculos de sol quando estiver na rua;
• Não esfregue os olhos;
• Lave as mãos frequentemente;
• Evite o uso de lentes de contacto ou maquilhagem;
• Se viajar de carro, feche as janelas, e se viajar de mota, use capacete integral com viseira fechada;
• Aplicar um colírio com anti-histamínico quando sabe que vai estar num local onde existe maior concentração de alergénios.
  
  

Atenção

Estas recomendações são geralmente eficazes para a abordagem da conjuntivite alérgica, contudo se os sintomas persistirem ou se existir fotofobia, dor ocular, alterações da visão ou secreções anormais, procure aconselhamento médico.

Fontes
iSaúde
Revista Farmácia Distribuição

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