Queda de cabelo - A guerra não está perdida, revitalizar é a palavra chave

O cabelo nasce no folículo piloso, cada um com um ciclo de vida independente, permitindo que não caiam todos ao mesmo tempo, para que se mantenha uma densidade capilar visível.

Existem 3 fases no ciclo de vida do cabelo: anagénica, catagénica e telogénica.

Na primeira fase, fase anagénica, há um período de crescimento do folículo piloso, crescendo em média 1cm por mês, durando entre 1 a 7 anos. Nesta fase, a raiz capilar está profundamente inserida na derme dilatada e preenche o folículo piloso.

Um período de transição, fase catagénica, em que há regressão da matriz pilar e o crescimento pára, durando 3 a 4 semanas.

Surge depois uma fase de repouso, telogénica, onde o folículo capilar cai naturalmente por ação das escovagens ou pressão de uma nova raiz em formação.

A queda de cabelo, também designada por alopecia, afeta o folículo piloso e causa a perda de cabelos ou pelos em qualquer zona do corpo. A falta de cabelo não é apenas uma questão estética e de autoestima, mas também pode estar relacionada com algum problema de saúde, devendo por isso ser tratada como uma doença.

Algumas das causas que podem levar à queda de cabelo são:

• Doenças endócrinas;
• Pós-parto;
• Stress;
• Deficiências nutricionais;
• Micose do couro cabeludo;
• Uso de medicamentos;
• Cirurgia.

Existem vários tipos de alopecia, mas a mais comum, e vulgarmente chamada de calvície, é a alopecia androgenética. É uma doença inflamatória caracterizada por uma perda progressiva do comprimento e diâmetro do cabelo, que tem uma causa hormonal e genética. Ocorre devido à presença da enzima 5a-redutase, que transforma a testosterona em dihidrotestosterona, sendo responsável pelo encurtamento e queda do cabelo. A inibição desta enzima é o principal mecanismo para travar a queda.

A calvície ocorre tanto no sexo feminino como no masculino, sendo mais habitual nos homens. A alopecia androgenética obedece a um padrão comum, em que nos homens se dá a diminuição do cabelo na zona frontal, enquanto que nas mulheres é mais difusa, havendo um aumento da linha de pentear o cabelo.

Tratamento

É importante referir que a alopecia androgenética, ao contrário de outros tipos de alopecia, não tem uma cura, mas tem um tratamento. Não se vão ver resultados logo na primeira semana, porque como já foi referido, o cabelo tem um ciclo, sendo necessário no mínimo 3 a 4 meses de tratamento para ter algum efeito visível. Se for feito um tratamento atempado e correto, consegue-se, em muitos casos, reverter a falta de cabelo. Em caso de paragem da medicação ou tratamento, a situação poderá voltar ao estado inicial.

Suplementos alimentares

São produtos, na forma de cápsulas, comprimidos ou pós, que têm na sua composição substâncias chaves para nutrir o folículo piloso, como por exemplo o zinco, ferro, vitamina B6 e biotina. Estes suplementos não travam por si só a queda do cabelo, mas ajudam a manter um cabelo e unhas normais, sendo um coadjuvante no tratamento.

Outro suplemento que ajuda a travar a queda de cabelo é a serenoa repens, uma planta nativa da América do Norte. A Serenoa inibe a 5a-redutase, ajudando a diminuir a queda do cabelo.

Produtos tópicos

Existem loções, espumas e sprays que se podem aplicar no couro cabeludo e ajudam a travar a queda de cabelo. Se a queda for mais acentuada, recomenda-se o uso de loções tópicas de minoxidil 5%. O minoxidil é um medicamento que atua de forma a evitar a formação de colagénio à volta do folículo capilar, evitando assim que ele diminua a sua profundidade e desaparecimento do folículo.

Champôs

É muito importante o uso de um bom champô quando se sofre de perda de cabelo. São champôs mais suaves para o couro cabeludo e com substâncias menos irritantes e nocivas. Champôs com cafeína na sua constituição são ótimos para ajudar no tratamento da alopécia, bem como champôs contendo cetoconazol, que é vulgarmente usado para tratamento de micoses do couro cabeludo, mas também atua como inibidor da 5a-redutase.

Medicamentos sujeitos a receita médica

Finasterida e dutasterida são medicamentos usados para tratar problemas relacionados com a próstata mas, como são inibidores da 5a-redutase, podem ser usados na queda de cabelo.

Este tipo de medicamento tem de ser aconselhado por um médico, pois apresenta contraindicações e efeitos secundários. Podem ser tomados por mulheres que não estejam em idade fértil, uma vez que pode ter repercussões na fertilidade.

Transplante capilar

Quando os tratamentos não se mostram eficazes, a situação já está muito avançada ou emocionalmente é difícil aceitar a calvície, existe a possibilidade do transplante capilar. A área da cosmética capilar tem avançado muito ao longo dos anos, sendo os procedimentos cada vez menos invasivos e com melhores resultados. A maior desvantagem deste tipo de procedimento é o custo.

Conselhos para um cabelo saudável

Um cabelo sujo é um cabelo com maior propensão para cair. É um mito que lavar o cabelo muitas vezes o faz cair. Se tem um cabelo oleoso deve usar um champô indicado para tal.

Quando pintar o cabelo escolher uma coloração pouco agressiva e evitar descolorações.

Evitar ao máximo o secador ou, se não o conseguir fazer, optar por uma temperatura mais baixa.

Ter uma alimentação saudável e variada de forma a ingerir as quantidades diárias recomendadas de vitaminas e minerais. O uso de suplementos alimentares são um bom complemento para colmatar algum nutriente que não esteja a ser ingerido nas quantidades ideais.

Fontes
iSaúde
Revista Farmácia Distribuição

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