Covid-19

Graça Freitas: “Não sei se vamos voltar aos confinamentos”


O novo coronavírus é um vírus muito novo, ninguém sabe ainda como pode evoluir e, por isso, todas as possibilidades estão ainda abertas para o futuro. É esta a convicção de Graça Freitas, a Diretora-Geral da Saúde deu uma entrevista ao “Diário de Notícias”, publicada esta segunda-feira, 25 de outubro, em que fez uma análise da gestão da pandemia e avisa que os portugueses devem estar preparados para tudo nos próximos meses.


“Não sei se vamos voltar aos confinamentos, o que sei é que as pandemias têm características próprias. Atingem todo o mundo, por isso se chamam pandemias, mas não da mesma forma e ao mesmo tempo”, diz a responsável máxima pela DGS.


Graça Freitas lembrou que o coronavírus é “muito novo” e que ainda é cedo para dizer que o perigo já passou. “Não podemos dizer que sabemos o que vai acontecer, porque não sabemos se as variantes que vão aparecendo tenderão sempre para uma estabilidade (…) ou se as mutações se vão transformar numa outra variante, mais forte”, explicou.


Por estas razões, adiantou ainda, a DGS vai manter a vigilância e, se vir que é necessário, alagar a terceira dose da vacina contra a covid-19 a outras faixas da população. “Imagine que daqui a uns tempos a ciência nos indica que é preciso fazer reforços a outras idades e a outros grupos sociais. Nós também o faremos”, disse Graça Freitas.


Questionada acerca da possibilidade do aparecimento de “uma variante agressiva” do vírus “que traz de novo a propagação e formas graves de doença, com potencial para aumentar internamentos e taxa de letalidade”, Graça Freitas refere que este é um cenário que não é o mais plausível mas que é possível, mas “em última análise”, isso pode levar “de novo a confinamentos seletivos ou generalizados”, como os que têm acontecido em alguns países.


“Há uma coisa muito importante que todos temos de perceber. É que temos de passar mais um inverno sem sabermos o que aí vem. Embora este inverno vá ser diferente do anterior. O primeiro que passámos com o vírus, estávamos completamente desprotegidos, só tínhamos a proteção que a doença nos dava. Este vai ser um inverno já modelado pela proteção da vacinação”, esclareceu.

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